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Mostrando postagens de outubro, 2017

É casa, é jardim

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É casa, é jardim 18 de outubro de 2017, minha mãe, dona Duzinha, faz 82 anos de vida! São tantas as obras que a senhora realizou. E agora, quer dar concretitude ao sonho de edificar a Vila das Margaridas, uma casa-jardim para abrigar os idosos que não podem mais moram nas suas residências por motivos diversos. Idosos que  precisam de muitos cuidados ao fim das suas trajetórias neste planeta. A senhora sempre auxiliou os outros e às vezes eu me ressentia devido ao pouco tempo que restava depois das suas horas de trabalho como revendedora da Avon e da Christian Grey. A senhora andava pelas ruas de Petrolina e Juazeiro com uma sacola pesada, entregando as encomendas. Eram desodorantes, colônias, hidratantes. Vem daí o seu hábito de presentar tanta gente com o sabonete Alma de Flores? :)  A senhora que gosta tanto de começar os textos das campanhas de arrecadação de alimentos com a frase "Fica sempre um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas, nas mãos que sabem ser gene

As luzes de Virginia Woolf

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Muito se fala e bastante também se redige sobre a melancolia na obra de Virginia Woolf, esquecendo-se de mencionar que VW também era capaz de escrever de um jeito bem humorado. Exemplos dessa escrita luminosa de Woolf podem facilmente ser encontrados em Flush, memórias de um cão (título original: Flush ), publicado em outubro de 1933.  Virginia se inspirou na correspondência entre os poetas Robert Browning (1812-1889) e Elizabeth Barret (1806-1861). As missivas fizeram Woolf se apaixonar pelo Cocker Spaniel. Jornalista que foi, VW começa a obra com um breve relato histórico a origem da raça canina. Em carta à amiga Ottoline Morrel, a autora contou que "Flush é apenas uma brincadeira. Eu estava tão cansada após As Ondas que deitei no jardim e li as cartas de amor dos Brownings, e a imagem do cachorro deles me fez rir tanto que não pude deixar de dar-lhe vida".  Olha só um trecho do saboroso Flush, Memórias de um Cão :  "Quando se sai de Wimpole Street

Posso morrer de sede diante de mim

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" - Você sempre me deixou só. - Não... - assustou-se ela. - É que tudo o que eu tenho não se pode dar. Nem tomar. Eu mesma posso morrer de sede diante de mim. A solidão está misturada à minha essência..." Clarice Lispector: Perto do Coração Selvagem, p. 199